quarta-feira, 2 de outubro de 2013

We got some straightening out to do...


A partir do momento que você anuncia a gravidez, você se torna, para os outros, a pessoa mais feliz do mundo.

Mesmo desejando esse bebê, isso nem sempre é verdade. Claro, a gente fica feliz, mas também fica assustada, ansiosa, preocupada... Fora a avalanche hormonal que tende a descontrolar emocionalmente toda e qualquer grávida que passa por esta fase, eu diria, delicada.

Nos últimos dias tenho chorado incontrolavelmente. Antes era qualquer motivo, mas parece que agora o mundo resolveu conspirar contra mim. Pode parecer exagerado, mas tomei uma apunhalada atrás da outra, simplesmente pelo fato de esperar mais dos outros.

Creio que o meu inferno astral tenha colaborado para minha pequena deprê. Mas o momento gestacional influenciou muito pra que eu tenha tido dias horríveis (inclusive no dia do meu aniversário), visto que ano passado foi tudo muito diferente, animado, feliz.

Preocupada e curiosa, fui pesquisar se poderia estar com algum tipo de depressão, pois se tivesse alguma tendência a isso, correria logo atrás de mudar a situação.

Graças a Deus não tenho nenhum sintoma. É apenas uma fase chata que talvez esteja passando e, infelizmente, as pessoas ao redor não colaboraram. Mas nem todos têm a obrigação.

Ouvi que eu tenho que me esforçar, que não posso pensar só em mim, que isso faz mal para o bebê. Já pesquisei sobre isso também. A depressão em si só faz mal para o bebê se isso atinge a forma de você viver, passando a se alimentar mal, por exemplo. O fato de eu chorar não atinge o bebê. Prefiro pensar assim para não ficar me sentindo pior ainda do que já estou, me culpando por uma situação que eu não estou conseguindo ter controle.

Porque é incontrolável mesmo. Se fosse uma opção, nunca escolheria sofrer e, menos, fazer minha filha sofrer. Sei que muito de tudo isso é resultado de guardar ressentimentos, mágoas ou até mesmo não expôr minha forma de pensar.

De qualquer forma, o que eu tenho feito para amenizar é rezado muito, pedido pra Deus me iluminar e me guiar para que nada de mal nos aconteça. Outra coisa foi ter conversado com a Beatriz, pedindo desculpas e deixando claro que ela não tem nada a ver com tudo aquilo. 

Pensei se deveria postar algo 'não tão animado' para gravidez, mas como disse desde o início das minhas postagens, não vou colocar aqui só as coisas boas. A grávida passa por momentos diferentes, tanto bons quanto chatos, e elas têm o direito de expressar e saber que a gravidez não é só flores, paisagens lindas, brilhos nos olhos, 100% comercial de margarina. Temos nossos altos e baixos.

O importante é ter a consciência de que algo não vá bem pra que, no seu tempo, você tente contornar as situações para que elas não extrapolem pro pós-parto. Mas chore, desabafe, viva o momento com a intenção de que aquele sofrimento vá embora de vez. É isso que importa. 

Ontem conversei com a minha médica e percebi que já estou melhor... aos poucos fui me convencendo que não vale a pena o sofrimento constante e que é preciso deixar o tempo amenizar tudo isso...

Veja mais:
Confira o post anterior sobre amigas grávidas

3 comentários:

  1. Seu melhor texto!
    E passei por isso tb, Li!
    A sua primeira frase descreve tudo: "A partir do momento que você anuncia a gravidez, você se torna, para os outros, a pessoa mais feliz do mundo."
    Fato. E como isso me irritava!!!

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  2. Adorei!!!!

    Você acabou de tirar um peso imenso das minhas costas!rsrs

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  3. Sem contar toda cobrança que é colocada em cima de uma gravida...

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