quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

If every word I said could make you laugh I'd talk forever



Já se passaram dois meses e meio da maior virada da minha vida. E por ser tão grande, acarretou em inúmeras mudanças.

Minha filha sofreu de cólica desde seu primeiro dia de vida. Na maternidade, sua segunda madrugada foi em claros, aos berros. Eu e o Luís, pais de primeira viagem, e completamente inexperientes, não sabíamos o que fazer com aquele choro todo e, pelo visto, nem as enfermeiras, uma vez que chamaram a pediatra de plantão para avaliar aquela coisinha pequena que se sentia tão mal.

O diagnóstico: "Ela tem cólicas. O sistema digestivo dela ainda está amadurecendo e isso pode durar três meses... alguns bebês pra mais, outros menos..."

Tão pequena, tão indefesa e já com tanto sofrimento. Isso destrói o coração de qualquer mãe - e pai - sem sombra de dúvidas!

O quarto-semestre de gestação
O que eu não sabia - antes engravidar - é que a ''gestação" dura quatro trimestres. O último período - ou extero-gestação - é fora da barriga da mãe, onde o bebê ainda está terminando de se formar e se acostumando a ficar fora do 'conforto' do ventre materno. Por isso ele pede muito colo, carinho, atenção e paciência.

E confesso que foi com a Beatriz que aprendi o que é paciência. Não foi fácil aguentar o choro da minha menina, com tantas dores. Foram remédios (todos com prescrição médica!!!), colos, muitas tentativas de acalmar. Certo é que chegou um momento em que chegava a noite e eu dava o tal Colic Calm, um remédio gringo, que deixava a pequena melhor pra poder dormir.

Só que as dores não tinham horários certos e duravam muito tempo. Eu que era toda contra dar remédios pra um ser tão minúsculo acabei mudando o conceito e larguei mão! Remédio sim! Pra que deixá-la sofrer tanto???

Depois resolvi entrar com homeopatia, o que deu uma boa melhorada. Por fim, acabei com a lactose da minha dieta. Foi o melhor dos mundos!!!!! Graças a Deus a minha pequena não tem APLV (Alergia à Proteína do Leite de Vaca), mas ela tem uma certa intolerância que dificultava a digestão e, por isso, tantas dores e contorcionismos.

Mudanças
Mudei meus hábitos, mudei de endereço. Desde que o Luís voltou a trabalhar (após cinco dias de licença), vim morar com meus pais, para que pudesse ter um suporte na hora dos cuidados com a pequena. Foi minha salvação! O que era pra durar uns dias acabou se tornando quase três meses! 

Fui um pouco criticada, mas só quem conheceu as crises de cólicas da minha filha pode saber o quanto foi necessária esta mudança temporária. E o principal foi ter o apoio da família e do meu marido, que me deu um suporte que talvez nenhum outro desse.

Crise
Logo no início do ano, após um mês e meio de vida da pequena Beatriz, me lembro bem, era segunda-feira. Ela chorava o dia todo. Eu chorava com ela. Estava exausta, mesmo com ajuda dos meus pais. 

A noite, após sua 'soneca' de três horas, acorda, mama e dorme? Não... acorda, mama e chora... chora muito, desesperadamente. Viro de um lado, de outro, levanto, deito, dou remédio, canto... nada. Nada acalmava, nada adiantava e minhas forças estavam indo pro ralo.

"Que mãe sou eu??????? Sou tão ruim assim??? Não sirvo pra isso??? Queria tanto ser mãe e olha o que eu to fazendo!!! Ela tá sofrendo e eu não consigo fazer mais nada!!!!"

Desespero bateu gigante. Deitei no sofá com ela no colo. Ela chorava, eu chorava... e, as duas largadas, chorando muito, me vi a pior mãe do mundo.

Me culpei com nunca na vida! Não foi fácil.

O Luís queria ajudar, mas não deixei. Ele trabalha em outra cidade e precisava descansar. Seriam duas preocupações.

Minha mãe aparece na sala, tira a Bia de mim e me manda deitar. Disse que eu tinha que descansar. Ela viu que eu tinha chegado no auge do cansaço. Entrei no banheiro e chorei, como criança, de soluçar. Fiquei trancada alguns minutos. Saí, tomei um copo de água com açúcar e fui deitar.

Minha cabeça naquele choro de bebê, sofrido... Mas ela não chorava mais. O som que ecoava no meu ouvido já era coisa da minha cabeça. Fui atrás e não encontrei nenhuma das duas. Elas foram pra suíte dos meus pais e me deixaram de fora.

Dormi. Pouco, mas dormi. E quando levantei as duas estavam acordadas... Mal dormiram uma hora naquela noite. Meu corpo todo doía como se eu tivesse sido pisoteada. Naquele dia eu e Beatriz ficamos na cama, dormindo manhã e tarde inteiras. Acabadas.

Tudo passa
Depois com o tempo as coisas vão se ajeitando. Dou graças a Deus de ter uma família tão parceira. Faria tudo de novo e, tenho certeza, eles também! Hoje tenho força e acredito que isso acontece com muitas mães. Parece que não tem fim, mas tem sim!!! 

E se uma hora você precisar gritar, chorar, correr pra um canto. Faça... mas acredite que é só uma válvula de escape e tenha sempre pessoas que te amam por perto, pois elas serão importantes demais pra sua recuperação.

Outra coisa, quem passa por tudo isso sozinha, parabéns! Você é uma heroína! 

Ah, e fica a dica: AINDA ASSIM, VALE A PENA SER MÃE!




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Um comentário:

  1. É exatamente isso. E eu me sentia a pior mãe do mundo. Me culpava demais por chorar junto, pois tb sempre quis ser mãe e chegou na hora, não sabia mais o que fazer. É desgastante demais. E ninguém tem noção do quanto é até passar por isso.
    Fiquei aliviada quando conversei com outras mães que me disseram que tb passaram por isso. Me senti menos pior... pq me sentia a pior mãe do mundo em algumas madrugadas. Exausta. Exatamente. Cansaço sem fim até o neném se adaptar à nova rotina... e vc se adapatar à dele.
    Nossa, Li... te ler hj foi como se eu tivesse escrito. Passei pelas mesmas coisas. E garças a Deus, tb tive uma família mto parceira. Tivemos sorte!
    Por fim, parabéns pela pequena Bia. Ela é linda, linda, linda!
    Bjos

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