sexta-feira, 6 de junho de 2014

Temos todo o tempo do mundo...

E estamos aqui, com seis meses de Beatriz e chegando aquela hora difícil: o fim da licença-maternidade.

Fácil, não é? Mas vamos combinar que a mulher fez que fez para ter os mesmos direitos do homem e agora se depara com a questão: como cuidar dos filhos?

A decisão do que fazer não é das mais fáceis e, confesso aqui, que já chorei muito, já pensei muito, já decidi e 'desdecidi' muito também. Mas, hoje, não tem como colocar tudo nas costas do meu marido.

Enfim, fato é que o que eu vim falar aqui é o tempo de licença. Como funcionária do Governo do Estado tive direito a 180 dias corridos para cuidar da minha pitoca. Somei a eles um mês de férias. Não foi possível a amamentação exclusiva até os seis meses da Bia, porém ela só mama no meu peito, mas já come frutas, papinhas salgadas e toma suco. 

O tempo voou. O que fazer com um ser tão minúsculo, que ainda é grudado em você, depende de você. Como fica o coração de mãe quando tem que cortar mais uma vez o cordão umbilical? (porque isso nós devemos fazer umas 10 mil vezes na vida!)

Tudo bem, seis meses deveria ser o mínimo de direito. Agora me peguei pensando nas mães que só têm 120 dias. Com quatro meses o bebê ainda é mais dependente e a amamentação exclusiva vai pelo ralo!!! O mundo tá todo errado. Os incentivos estão todos errados. A mulher lutou tanto pela igualdade, mas não somos iguais! 

E as empresas querem lucros, querem atingir metas, objetivos, e a mulher atrapalha. Será? Acho que tem muito mais qualidades do que esses considerados 'defeitos' no ser feminino.

Aliás, você sabia que dependendo da empresa e do tempo de gestação/licença seu médico pode te dar um atestado de 15 dias no fim da gravidez e mais 15 dias depois para a amamentação. Mas isso você deve conversar tanto com o médico, quanto verificar como funciona no local em que você trabalha.

Só sei que quatro meses é muito pouco. Seis já acho pouco, mas quatro é desumano!

Mais desumano que isso é a licença-paternidade. Que mãe não precisa da ajuda e do apoio do pai no início? E cinco dias não são NADA perto da necessidade que temos!!! O mínimo justo seria um mês.

O pai é uma peça fundamental, não só ajudando nos cuidados com o bebê quanto nas questões extras, como fazer compras, ajudar com almoço, casa. Além disso, as primeiras noites são terríveis até acostumar e, por isso, o pai também acaba dormindo mal! 

Repito, o justo seria, pelo menos, um mês!


O mais engraçado de tudo isso é ouvirmos: "seis meses? Tudo isso??? Que folga!"

Com toda certeza essa pessoa nunca teve filhos e, provavelmente, espero que nem tenha. Porque noites sem dormir, choros, dependência e preocupações são intermináveis e descanso é algo que não está mais na minha vida. 

Eu não sei o que é dormir mais de três ou quatro horas seguidas. Dores nas costas, na cabeça, cansaço, muito cansaço.

Não, não estou arrependida. E sim, vale muito a pena por cada sorriso. Vale a pena ter essa razão pra viver. 

Eu acredito que muita gente tem que mudar a mentalidade e entender que é uma fase importante pra mulher. 

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Um comentário:

  1. Lívia, adorei o blog. Parabéns! Também acho que a licença maternidade e paternidade deveria ser revista. Em Portugal e outros países da Europa a licença maternidade é de 2 anos. Acho ótimo e justo!!! A criança precisa da mãe, o vínculo é intenso e só quem passa por esse dilema para entender! Eu parei de trabalhar, mas sei que não é uma decisão fácil!!!
    Faça o que for melhor para você e para a sua família!!! Beijos!!!

    Lívia.

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